Feitos de ouro e diamante, ovos de Páscoa milionários traziam 'surpresa'.



Confeccionados minuciosamente com materiais nobres como ouro, mármore e pedras preciosas, os ovos de Páscoa que possivelmente são os mais valiosos do mundo são ainda mais valorizados pela mística em torno de sua história, marcada tanto pelo luxo quanto pela tragédia.
Avaliados em milhões de dólares, os ovos Fabergé foram feitos entre 1885 e 1916 por encomenda da Corte Imperial Russa.
Em 1917, quando a família real foi assassinada pelos bolcheviques que deflagraram a Revolução Russa, seus tesouros (incluindo os ovos) foram confiscados, e seu paradeiro ficou desconhecido por anos.
Hoje, os 42 exemplares sobreviventes (eram 50, no total) são disputados em leilões de casas como Christies e a Sotheby's.
Alguns pertencem a colecionadores privados e outros podem ser admirados por turistas em museus na Rússia, nos Estados Unidos e na Alemanha (veja lista no fim da reportagem).
Presente para a imperatriz
Os famosos ovos receberam esse nome em homenagem a seu criador, Peter Carl Fabergé, joalheiro da família Romanov, que dominava o país na época.
Em 1885, ele recebeu a encomenda do czar Alexander III, que queria presentear sua mulher, a Imperatriz Marie Fedorovna, com um presente de Páscoa luxuoso.
Na época, a tradição era dar a amigos e parentes ovos de galinha pintados à mão nessa época do ano – uma data tão importante para a Igreja Ortodoxa Russa quanto o Natal para os ocidentais. Os ricos de São Petersburgo adaptaram o costume e passaram a dar joias como presentes.
Querendo unir as duas tradições, o czar encomendou a Fabergé um voo de Páscoa que fosse, na verdade, uma joia.
O resultado foi um ovo coberto por esmalte branco por fora, imitando uma casca comum, que se abre revelando uma “gema” toda coberta de ouro. Essa gema, por sua vez, tem outra surpresa dentro: uma galinha também de ouro, que denominou essa primeira joia como o “Ovo de Galinha”.
Originalmente, ela continha ainda uma pequena réplica feita em diamante da Coroa Imperial e pendente de rubi em forma de ovo. Essas duas últimas surpresas se perderam.
O presente especial de Páscoa virou uma tradição na Corte, que foi mantida por mais de 30 anos. Até 1916, Fabergé criou ao menos um ovo ao ano, usado para presentear as esposas e as mães dos czares.
O trabalho era tão minucioso que cada um deles levava um ano ou mais para ser produzido, por uma equipe formada pelos melhores artesãos da época, que trabalhavam em segredo.
O tema mudava todo ano: em geral era inspirado nos laços de família, na vida na corte e nas conquistas da dinastia Romanov. O ovo de 1911, por exemplo, comemorava o 15° aniversário da ascensão de Nicholas II ao trono, e o de 1913, os 300 anos da dinastia.
A única exigência era que todos eles tivessem uma surpresa em seu interior. Um elefante de mármore, um cisne em miniatura e minimolduras com retratos dos membros da família imperial foram alguns desses presentes.
Para terminar uma dessas surpresas -- uma réplica perfeita da carruagem real em tamanho reduzido-- , Fabergé trabalhou durante 16 horas ao dia por 15 meses.





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