Shopping é acusado de impedir entrada de deficiente no Acre; MP investiga



A Promotoria Especializada na Defesa da Cidadania do Ministério Público do Acre abriu investigação, na manhã desta quarta-feira (8), contra o Via Verde Shopping, o único de Rio Branco, após o deficiente físico Mário William, de 44 anos, ter sido barrado por um segurança na porta do estabelecimento. O suposto constrangimento ocorreu na tarde do último domingo (5) e foi testemunhado por um motorista de ônibus, pela cobradora e pela funcionária de uma lanchonete.
"Isso é revoltante. Não vai ficar barato", disse o promotor Rogério Voltolini, para quem "o crime de preconceito está evidente". A Promotoria de Defesa do Consumidor também entrou no caso. Ao retornar para casa, chorando, Mário disse que queria comprar um presente para a mãe.
Ele foi acolhido pelo casal Márcio Gley Gomes de Souza, 39, e Lenira Souza, 64, e tem outros dois irmãos excepcionais. O rapaz possui dificuldades motoras, em razão de ter nascido com paralisia cerebral e fala com muita dificuldade. Porém, por recomendações médicas, é autorizado pelos pais a sair de casa sozinho.
Ele é visto diariamente caminhando pelo comércio, e naquele domingo decidiu visitar o shopping, pela primeira vez, numa viagem de 20 minutos de ônibus a partir do Terminal Urbano que fica no centro da cidade.  "Não temos dinheiro, mas meu filho é bastante rico de espírito e extremamente inteligente", disse o pai.
As testemunhas e o segurança que barrou a vítima serão ouvidas no MP. O ouvidor do MPE, promotor Carlos Maia, também acompanha a investigação que, segundo afirma, "pode resultar em inquérito policial". Ele explica que "não há previsão legal para impedir o acesso de deficientes em quaisquer estabelecimentos públicos".

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