Protesto em Caruaru: Jovens caruaruenses também pediram mais saúde e mais educação.


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Cerca de cinco mil pessoas participaram, este sábado (22), de uma manifestação pelas ruas centrais de Caruaru, no Agreste pernambucano.
O protesto seguiu a linha dos atos que acontecem em várias cidades do País, pedindo melhores condições de vida para a população, o fim da corrupção e contestando os gastos com a Copa do Mundo e das Confederações. A marcha foi pacífica e acompanhada de perto pela polícia.
A concentração começou por volta das 8h, em frente ao Grande Hotel São Vicente de Paula. No local, pessoas de várias idades gritaram palavras de ordens, enquanto outros pintavam faixas, cartazes e o próprio rosto. Além de um transporte público de qualidade, os manifestantes criticavam o deputado Marcos Feliciano, a PEC 37, e pediam mais verbas para serviços como educação e saúde.
Maria José Leandro, 43, estudante do último semestre de pedagogia, levou cartazes e o filho Vinícius Leandro, 14, para o evento. “Quero saúde e educação melhor para todos. Esse movimento é uma revolução, feita pelas pessoas que querem uma vida melhor”, disse. Já Luiz Ricardo Araújo, 46, levou o cachorro para a manifestação e pedia uma punição mais rígida para quem comete crimes contra os animais.
O único político que compareceu ao ato foi o vereador Jajá. Assumidamente homossexual, o parlamentar tentou participar da manifestação, mas foi hostilizado, aos gritos, pela maioria e acabou deixando o local. Depois de aproximadamente uma hora, os manifestantes seguiram pela rua, passando ao lado da Estação Ferroviária.
Na esquina da Rua Silvino Macedo houve um princípio de tumulto, quando um grupo de estudantes ergueu uma faixa da União dos Estudantes Secundaristas de Caruaru (Uesc). A maioria protestou e houve bate boca entre os manifestantes. Depois da discussão, o grupo acabou baixando a faixa e a passeata seguiu tranquila, com gritos de palavras de ordem. O hino nacional foi cantado várias vezes.
Entre os manifestantes estava o arte-educador, Wellington Barros, 48. “É um momento histórico, um momento em que as pessoas querem mostrar sua indignação”. A estudante Ana Angélica Viana, 22, participou do evento com pernas de pau e com a bandeira do Brasil enrolada ao corpo. “Eu trabalho com arte circense e quis mostrar que o gigante acordou. Espero que as pessoas percebam que no Interior e nas pequenas cidades as pessoas também querem que o Brasil avance”.
À medida que os manifestantes passavam, recebiam apoio de moradores e trabalhadores do comércio. A maioria das lojas fechou. O comerciante Arão Bezerra Leal, 54, disse que fechou as portas da loja para que os funcionários pudessem participar do protesto. “Acho que demorou muito para acontecer esse movimento”, completou.
Os manifestantes seguiram para frente da Câmara de Vereadores, onde sentaram e gritaram palavras de ordem contra os parlamentares e contra os políticos em geral. Vários cartazes foram pregados nas grades do prédio. Alguns metros adiante, o grupo parou no Marco Zero da cidade, onde líderes fizeram várias reivindicações e a multidão cantou novamente o hino nacional.
Do Marco Zero, muita gente foi embora, mas uma parte seguiu para a sede da prefeitura, onde os cartazes usados no protesto foram fixados em árvores e monumentos. Alguns manifestantes subiram as escadarias que dão acesso à entrada. O policiamento também estava no local, mas não precisou agir. Já passava do meio dia quando os últimos manifestantes foram para a Avenida Agamenon Magalhães e se dispersaram. Outro protesto está marcado para a próxima terça-feira.
Escrito por Pedro Romero do Jornal do Commércio.
Por Jornal de Caruaru


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