Carona perigosa: acidentes de motos com crianças no Rio disparam ; Confira :

 Criança viaja em garupa de moto em Laranjeiras: vaivém é grande na porta de escolas Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo

O tamanho ainda impede que alcancem com firmeza o apoio da motocicleta. Mas isso não é problema para os pais que passam por cima de todos os riscos para garantir o menor tempo possível entre a garagem de casa e o portão da escola. Com mochila nas costas e agarradas ao condutor — como se no trânsito agressivo do Rio o ato significasse realmente proteção —, crianças enfrentam os perigos dos estreitos corredores formados nos engarrafamentos e o tráfego intenso nos horários de entrada e saída dos colégios.

 As estatísticas de acidentes com motos parecem não intimidar quem lança mão da estratégia rápida. Além de liderar os números do seguro DPVAT, as motocicletas também têm feito mais crianças e adolescentes vítimas de acidentes na cidade. O Corpo de Bombeiros registrou um crescimento de 59% no número de ocorrências com menores sobre duas rodas entre janeiro e setembro deste ano em comparação com o mesmo período de 2012.

Foram 121 casos nos primeiros nove meses de 2013 contra 76 em 2012. Os números não dizem de onde são as vítimas, mas basta percorrer os colégios mais caros da cidade para ver que as motocicletas não conquistaram somente moradores de comunidades pobres, onde são comprovadamente uma febre. Caio de Souza Santos, de 11 anos, é aluno do Colégio Cruzeiro, no Centro, e mora na Tijuca. O pai do menino, o empresário Gustavo Adolfo dos Santos, de 39 anos, conta que roda com o filho na garupa, diariamente, 70 quilômetros.

A moto está tão ligada à rotina dos dois que a criança já se acostumou a carregar toda a parafernália necessária — capa, capacete, bota e luvas — e, em dias de chuva, a praticamente trocar de roupa na porta da escola. A opção pelo transporte foi feita pela família há dois anos, quando Caio trocou de colégio.

— Não fosse a moto, ele teria que sair bem mais cedo de casa. Além disso, não daria para fazer a escolinha de futebol em Botafogo, por exemplo. Sei do perigo, mas é um mal necessário. E sempre converso com ele sobre os riscos — explica o pai. (fonte:O globo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário