Vestígios arqueológicos de um grupo indígena de tradição cultural Aratu foram encontrados em Paraibuna, no Vale do Paraíba, em São Paulo. A descoberta foi feita há oito meses pelo grupo de arqueólogos contratados pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) para fazer prospecção e resgate arqueológicos nas áreas de influência das obras de duplicação do Trecho de Planalto da Rodovia dos Tamoios.
A presença do Grupo Aratu é rara na região do Vale do Paraíba, cuja população indígena mais comum era a Tupiguarani. Os Aratus são conhecidos pela agricultura (plantio de milho, feijão mandioca e amendoim) e produção de peças cerâmicas.
Estima-se que os índios tenham vivido nessa região por volta de 1400, antes do período de colonização do Brasil, pois os vestígios encontrados não apontam indícios de que a tribo tinha contato com os portugueses, que chegaram ao país em 1500. Porém o período específico só poderá ser apontado após a análise de amostras de carvão, encontradas no solo.
O sítio tem mais de cinco mil metros quadrados e está localizado próximo à margem do Reservatório de Paraibuna, local que no passado era ocupado pelo curso do Rio Paraíba. Foram encontrados fragmentos de utensílios cerâmicos (tigelas, potes etc) e material lítico lascado, predominantemente em sílex e quartzo, utilizados geralmente como ferramentas de corte e perfuração.
No local, também foram encontrados vários fragmentos de urnas funerárias, utilizadas para armazenar os restos mortais. Pela quantidade de peças encontradas, trata-se de uma grande aldeia, com centenas de pessoas.
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